sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Envelhecer dói.

         Esta semana deparei-me com algo que me aflige há anos: a velhice. Sim, pode parecer besteira, mas, tenho um enorme desafeto com ela. Fazia tempo que não me afligia com esse assunto, fui pego de surpresa. Tenho medo de ficar velho, onde quem sabe, estarei só. Também receio que ao longo de minha vida eu chegue a certa idade já um pouco avançada, com grandes frustrações, talvez por não ter atingido meus sonhos e/ou objetivos. A vida tem lá suas virtudes, no entanto não consigo encará-la (à velhice) como uma. Não consigo enxergar que um dia será assim - rosto cheio de rugas, mãos calejadas de tanto trabalho, pele flácida e enrugada, depender de alguém para cuidados... Não, não mesmo.       


A vida tem a sua música, horas um tom alegre hora melódico. As rugas, indicam que realmente o tempo passou.

         
         Já vi muitos velhos serem abandonados por suas famílias, e também pelo próprio tempo. Largados apropria sorte, como se não tivessem passado, presente e futuro. Vivendo em um asilo qualquer, onde seus únicos amigos são aqueles também foram esquecidos, assim como eles. Imaginar estas possibilidades me assusta, embora saiba que são algumas hipóteses, porém, hipóteses não podem ser deixadas de lado. 

Solidão mata aos poucos... você consegue se ver assim só?


         No entanto, há outro lado meu que acredita que o destino não pode ser tão traiçoeiro assim, esse lado acredita em uma velhice melhor, onde possivelmente as coisas não serão tão tristes. O lado melhor é a disposição para encarar com coragem os desafios impostos pela idade avançada, às pessoas em volta dispostas a lhe ajudar, poder viajar e desfrutar do tempo perdido. Esses são apenas alguns pontos positivos. 

         O envelhecer também é sinônimo de morte, por mais que tento abster-me deste pensamento, esta é a real verdade. O Grande Vinícius de Moraes disse uma vez: “Resta esse diálogo cotidiano com a morte, esse fascínio pelo momento a vir, quando, emocionada, ela virá me abrir à porta como uma velha amante, sem saber que é a minha mais nova namorada.“ Ele, possivelmente encarava a morte de um modo mais fácil. Para mim é diferente, ela me traz medo, faz com que eu fique receoso. Sei que mais cedo ou mais tarde todos irão partir, porém, não conseguimos aceitar isso como algo positivo, embora saibamos que é algo irreversível. 


É meu caro Vinícius, você sentiu apenas um gostinho da velhice.

         Ela se aproxima vagarosamente, como quem não quer nada com nada, fazendo com que deixemos de viver. Possivelmente as coisas têm que ser assim, mas, não gosto desse ar de pavor que ela causa. Creio que o grande temor não é morrer, e sim de deixar de viver. Temor de perder tu que lhe foi conquistado, de ficar para trás algo inacabado. Se ao menos existisse alguma maneira de protelar, tanto a velhice quanto a morte, se. Mas, é uma pena que não aja meios para isto, é como já diz aquele ditado: “Se correr o bicho pega, se ficar o bicho come”.
         Só vamos saber como é velhice, quando ela chegar e bater à nossa porta. Não basta apenas supor, tem que sentir. Infelizmente não têm outros meios a não ser esse. Ela – A velhice – vai chegar como se fosse nossa amiga, hora ela entra em nossa vida hora sai. Vive o nosso presente, e o nosso futuro, assim com uma amiga que mais tarde chegara, e sem muitas de longas nos cumprimenta com um simples sorriso. O que nos cabe fazer é pensar em como vamos lhe dar com essa fase da vida. Cada um encara de uma forma diferente. Espero que até lá eu me conforme, pois é fato que mais cedo ou mais tarde ela irá chegar. Até quero que meu medo suavize com o passar dos próximos anos. 


quinta-feira, 3 de novembro de 2011

É tanta testosterona que chega a sair pelas orelhas.

         Decidi fazer este texto após uma conversa com um colega da academia. Tratávamos do assunto de quando éramos mais novos e nossos hormônios explodiam de dentro para fora. Pensava que apenas eu era assim explosivo nessa fase – embora eu ainda seja por uma genética forte que carrego comigo. Bem como eu e o meu colega, boa parte dos garotos entre 13 a 17 anos de idade devem passar por esse período complicado, onde cai bem aquele ditado – os nervos estão à flor da pele.
         
         Lembro de quando era mais novo, tinha dias que era insuportável, qualquer olhada eu já partia pra agressão, tanto física quanto verbal. E nem ao menos sabia o porque, muitas vezes me questionava o motivo de agir daquela maneira, isso era tanto em casa como na rua, colégio ou qualquer outro lugar. Muitas vezes era como uma mudança bipolar, que me alterava facilmente em frações de minutos. Com o passar do tempo, vejo que foi uma fase conturbada da minha adolescência. Hoje dou risada de velhas histórias que me atribuem a memória, rio até mesmo quando vejo alguns moleques com as mesmas atitudes e, inocentemente eles também não sabem o que acontece, não percebem que estão passando por uma mudança.




E aí, perdeu alguma coisa cuzão? Não? Então passa reto.


                   Não é algo que pretendemos, porém vem de uma forma tão inofensiva que quando menos se espera simplesmente explode. Lembro de uma situação que aconteceu com um antigo amigo: andávamos tranquilamente em uma feira de ciências de um colégio quando de repente, um cara esbarrou nele, sem ver quem era, ou como aconteceu, ele esticou o braço e deu soco na nuca do maluco. Foi algo tão espontâneo que nem ele soube explicar o porquê de ter feito aquilo naquele instante. Porventura ele não teve um bom começo de dia, ou quem sabe, discutiu com seus pais, brigou com a namorada. Claro que nada disso justifica o fato, mas foi uma forma que seu subconsciente encontrou de liberar toda a pressão de dentro da sua cabeça. 


Se eu fosse você não cruzaria mais o meu caminho.


         Movidos por esses sentimentos que não sabemos como controlar, fazemos coisas das quais podemos nos arrepender em um futuro não muito distante – particularmente me arrependo das coisas impulsivas que fiz no passado. É, como eu disse, acontece do nada, é um surto. Possivelmente a ciência explique. O corpo humano é muito complexo, além de hormônios, temos algumas substâncias que são liberadas e contribuem para as transformações de temperamento. São os neurotransmissores – que são substâncias cuja função é transmitir os impulsos nervosos de um hormônio para outro. Mudanças como essas são naturais acontecer, faz parte do ciclo de vida. 


Hormônios. Porque somos movidos por eles.



         Um meio de aliviar toda esta tensão que é criada pela fase “pré-adolescente” ou jovem, diga-se de passagem, pode ser trata de uma forma bem básica. Tire um tempo só pra ti, descarregue todas suas energias. Faça corridas, jogue uma pelada no meio da semana com os amigos, pratique algum estilo de arte marcial. Outro meio eficaz é pegar uma madeira e enquanto estiver com raiva pregar pregos nela – lembro que palestrantes quando iam à escola sempre falavam para fazer isso em momentos de raiva – depois de pregados retirar os pregos para ver os danos causados na madeira. Achava isso uma tremenda idiotice, mas talvez ajude aliviar toda a raiva acumulada. Guardar ódio para si só trará problemas, não é bom conte-los. Expresse da melhor forma que achar, apenas foi citado algumas sugestões. 


Desconte sua raiva no momento certo e no lugar certo.


         Passar por essa fase rebelde todos passam e, é inevitável, entretanto, aprender com seus erros se torna uma grande vitória, faz com que se torne uma pessoa melhor.